Käthe Kollwitz (Königsberg, Alemanha, 1867 - Castelo Moritzburg, Alemanha, 1945).
Iniciou aulas de desenho em sua cidade natal, estimulada pela família numa época em que as mulheres não tinham acesso às academias de belas-artes. Estudou em Berlim (1884-1885) e Munique (1888-1889). Foi aluna de Stauffer-Bern, Emil Neide, Ludwig Herterich e recebeu influência de Max Klinger. Em 1904, em Paris, estudou escultura na Academia Julian. A postura humanitária da casa paterna somada às suas vivências no conturbado momento político e social do início do século, na Alemanha, nortearam o caminho da artista para a produção de uma verdadeira arte de denúncia e protesto em relação à injusta condição social e política da classe operária.
Casou-se com o médico Karl Kollwitz (1891), praticante de medicina social, e foi morar na periferia de Berlim num bairro operário. Passou, então, a conviver com a difícil realidade das famílias proletárias e esta será objeto de sua obra e do compromisso social com o seu povo. Seu trabalho sempre esteve comprometido com um dos fundamentos do Expressionismo Alemão, ou seja, a arte com finalidade social. Mais tarde, sua produção é associada aos artistas da Nova Objetividade (Realismo Expressionista). Sua primeira exposição de êxito ocorreu em 1898, com a série Revolta dos Tecelões (1893 - 1897), inspirada na peça Os Tecelões do naturalista Hauptmann. Realiza o ciclo Guerra dos Camponeses (1907), com o qual recebe o prêmio Vila Romana, vivendo vários meses em Florença. Edita os ciclos Guerra (1922-1923) e Proletariado (1925), além da série Morte (1935). Suas primeiras esculturas são de 1909.
Explorou várias técnicas de gravação, preferindo a litografia e, mais tarde, a xilogravura. Muito exigente com a própria produção, deixou registros em diários de sua busca pelo aperfeiçoamento técnico e expressivo. A constante temática sintetiza a própria vida da artista: o convívio com a classe operária, a luta pelo socialismo e a dor das perdas do filho e do neto nas frentes de batalha. Kollwitz alcança em suas obras a verdade atemporal do drama humano. Em 1919, foi nomeada para a Academia de Belas-Artes de Berlim. Dez anos mais tarde suas obras foram exemplo para artistas da Associação de Artistas Plásticos Revolucionários (AAPR), fundada em Berlim e Dresden (1928-1929). Em 1933, passou a ser perseguida pelos nazistas por sua adesão ao socialismo. Nesse mesmo ano, suas obras foram expostas no Clube dos Artistas Modernos de São Paulo influenciando, consideravelmente, artistas gravadores brasileiros. O acervo possui um Auto-retrato, 1919, e As Mães, 1922-1923.
| Fonte de pesquisa: https://www.catalogodasartes.com.br/artista/K%E4the%20Kollwitz%20/ | Fonte da imagem: https://www.guiadasartes.com.br/kathe-kollwitz/obras-e-biografia | Acesso em: 28 dez. 2021.