Observações
Essa exposição compôs a programação de inauguração da atual sede do MARGS, na Praça da Alfândega, à época Praça Barão do Rio Branco.
Na ocasião, foram apresentadas três exposições: "Acervo do MARGS – Exposição Permanente", "III Salão de Cerâmica" e "Desenho Industrial Gaúcho".
A mostra de Acervo foi concebida para exibir um grande número de obras, ocupando o espaço mais amplo da nova sede no primeiro andar expositivo (Pinacotecas e Salas Negras), em um modelo de exposição de longa duração, que previa uma rotatividade de peças a cada 90 dias.
De acordo com o Boletim Informativo do MARGS nº 10, p. 10:
EXPOSIÇÃO DO ACERVO NA NOVA CASA
Pela primeira vez, nas amplas salas de sua nova sede, o MARGS teve oportunidade de expor um maior número de peças de seu Acervo. Das 620 obras que o integravam na ocasião do ato inaugural (hoje, já ultrapassam a 700) cerca de 180 peças foram mostradas ao público.
Representando a arte missioneira do Rio Grande do Sul, no átrio encontravam-se "São Francisco Xavier”, “Senhor dos Passos" e “Anjo”, históricas peças esculpidas em madeira. No salão principal, na ala direita, foi dado destaque aos artistas rio-grandenses, com obras de Pedro Weingãrtner, Ângelo Guido, Castaneda, João Fahrion, Glênio Bianchetti, Carollo, Ado Malagoli, Petrucci, José Lutzenberger, Alice Brueggemann, Jader de Siqueira, Cláudio Carriconde e outros.
Na ala esquerda encontravam-se peças de artistas nacionais e estrangeiros, algumas valiosas adquiridas para a formação do Acervo como "Dr. Fausto" de Jean Paul Laurens, “Retrato”, de Lembach, “A Dama de Branco”, de Arthur da Costa Timotheo, e “O Menino do Papagaio” de Portinari e "Dorso de Mulher” de Eliseu Visconti. Ali também estavam expostas obras de Juan Geoffroy, Lucien Simon, Bernard Bouts, Manuel Cargaleiro, Joseph Bail, Bernardelli. Aldo Bonadei e Pedro Alexandrino Borges.
A área central foi destinada às esculturas, objetos e cerâmicas, onde era possível apreciar obras de Mário Cravo, Clóvis Peretti, Vasco Prado, Guma, Fernando Corona e Xico Stockinger. Junto ao salão principal, as duas salas negras expunham desenhos e gravuras de renomados artistas como Iberê Camargo, João Faria Viana, Fayga Ostrower, Maria Bonomi, Alice Soares, Magliani, Manoel de Araújo Porto Alegre, Leopoldo Gottuzzo.
Três telas — “Paisagem”, de Ângelo Guido, “Colheita”, de Di Cavalcanti, e “Pintura” de Iberê Camargo — foram transferidas da ala residencial do Palácio Piratini para o MARGS. Também o óleo “Têmpora Mutantur”, de Pedro Weingärtner foi especialmente cedido pelo Governador Sinval Guazzelli para a reabertura da mostra do Acervo. Ainda nesta exposição, o público teve oportunidade de ver “Retrato de Luiz Cosme", de Inimá de Paula (empréstimo da Discoteca Pública “Natho Henn") e “O Bêbado”, de Aldo Locatelli, obra trazida para o Museu como empréstimo da Presidência da Assembléia Legislativa. A escolha das peças para a “Exposição Permanente I”, que marcou a inauguração da nova sede do MARGS, foi embasada no critério histórico-cronológico. Para que um maior número de pessoas tenha oportunidade de ver as obras em exposição, o Museu adotou um sistema de rodízio de peças a cada noventa dias. Para esta primeira mostra, houve uma grande preocupação em apresentar aos visitantes peças bastante significativas. Como algumas delas não se encontravam em perfeito estado de conservação, o MARGS entregou-as a especialistas, dando início, assim, à preservação e restauro de importantes obras que integram o Acervo.
O Boletim também detalha a solenidade de inauguração da nova sede, que foi presidida pelo governador do Estado Sinval Guazzelli e conduzida pelo diretor Luiz Inácio Medeiros. Além da abertura das três exposições, o evento também contou com uma apresentação de balé, o descerramento de uma placa comemorativa e uma homenagem a Ado Malagoli, primeiro diretor do MARGS, que estava presente na ocasião.
